Os altos custos dos terrenos nas grandes metrópoles, associados à escassez de pontos comerciais e à saturação das lojas franqueadas nas capitais têm acarretado o aumento da expansão das redes de franquia para as cidades do interior do país. Esse processo, já detectado por diversas redes, vem sendo utilizado cada vez com maior frequencia, principalmente com o objetivo de evitar a canibalização da marca e a concorrência interna entre franqueados.
Apesar de o mercado de franquias nas cidades do interior estar aquecido, alguns cuidados devem ser tomados tanto por parte da franqueadora como por parte dos candidatos a franqueados, para que não haja frustração com o negócio.
Entre esses cuidados, vale destacar:
– A realização de estudos prévios com o objetivo de analisar a viabilidade da entrada da franquia, bem como da aceitação do produto ou serviço, nas cidades de menor porte. Isso é importante pois existem produtos e/ou serviços que não se adaptam a determinadas regiões, seja em razão do clima, poder aquisitivo ou outros fatores;
– A necessidade, se for o caso, de adaptação do negócio original, principalmente com redução de custos, para permitir a expansão pelo interior;
– Um estudo sobre a logística de abastecimento da rede, evitando, assim, falta ou escassez de produto na loja franqueada. Se a rede não tiver canais de distribuição adequados, a expansão deve ser retardada até a eliminação do problema;
– Criação de uma equipe interna da franqueadora capaz de fornecedor a consultoria e o suporte demandados pelos franqueados, seja local ou remota, permitindo, assim, a operação regular da loja franqueada;
– O operador da franquia deve ter as características exigidas pela franqueadora, bem como dedicar-se ao negócio e estar inserido na sociedade local. Apesar da força da marca e da rede, qualquer deslize na sua operação pode trazer sérios prejuízos aos negócios. Vale ressaltar que isso também é importante para as franquias localizadas nas capitais. Porém, em razão de uma característica própria de cidades interioranas, onde o senso comunitário é bem maior que nos grandes centros, esse cuidado deve ser reforçado.
O processo de interiorização das franquias segue o exemplo dos shoppings centers, que estão se dirigindo para o interior em busca de novos mercados. Dos mais de 30 shoppings que iniciarão as suas atividades no ano de 2012, apenas três ficam nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.
* Marina Nascimbem Bechtejew Richter é sócia do Nascimbem Bechtejew Advogados
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